sábado, 26 de dezembro de 2015

Capítulo 39. Fim da Festa




      A minha volta homens do GOECTI fazem uma gangue de marginais de reféns, Otto está com um olhar psicopata encarando o coringa  a minha frente. 

- Mandei soltá-la - Diz Otto, tardiamente percebo que o homem continua segurando minha jaqueta, ele me solta e corro para perto de Jocelyn e Margo.

- Você tá bem ? - Pergunta Jocelyn. 

- To, o que eles estão fazendo aqui ? 

- Ai meu deus - Diz Margo ao meu lado, vejo Otto socando o homem de cabelos verdes que cai no chão, os barmans o encaram, percebo que também tem armas apontadas para eles, o barman com quem conversei antes também é um dos agentes do GOECTI, Otto dá um chute a mais no homem caído e vai para o balcão. 

- Fiquem de olho - Diz ele apontando para nós, enquanto pula o balcão e entra na sala que Travis deveria estar, ele arromba  a porta mas não demora muito lá dentro, provavelmente Travis fugira assim que ouviu a música parar, Otto  passa por nós e vai para porta dos fundos. companhado de seus  agentes. 

- Vocês também - Diz o agente próximo, com a arma ele aponta para a porta que Otto acabou de atravessar, Jocelyn é a primeira, Margo e depois eu o seguimos, a não ser pelos sons das pegadas nem um outro som é ouvido. Depois de atravessar um corredor estreito completamente escuro viramos a esquerda e um poste ilumina vários carros negros, ele está de braços cruzados, rodeado por diversos agentes nos esperando. 

- Como vieram parar aqui ? - Pergunta encarando Jocelyn. 

- Roubei o carro do Jeremiah, e elas vieram juntas.  

- Você roubou o carro do seu segurança ? 

- Otto estou tentando viver a vida. 

- Inconsequentemente ? É assim que quer viver ? Tem um toque de recolher e vocês desobedeceram a lei, poderia levar as três presas agora. 

- Otto... - Jocelyn tenta mais uma vez mas ele a ignora e encara Margo.

- Onde estacionaram ? 

- Do outro lado - Diz Margo baixinho. 

- Você pegue o carro que veio e volte para sua casa, agente Persen acompanhe Jocelyn até em casa.

- Estou na casa de Margo Otto, era pra ser uma festa do pijama... Se eu for pra casa papai nunca mais vai me deixar vê-las. 

- Você vai pra casa Jocelyn.

- Otto... 

- Persen leve-a,  Edmund e Paul, acompanhem o carro da senhorita Bason.

- Eu não preciso...

- É uma ordem.  - Ele decreta, Margo se cala e caminha em direção aonde estacionou o carro, e eu a  sigo - Você fica senhorita Richards. 

- Vim com Margo, voltarei com ela.

- Você vai comigo - Olho para Margo que me da um olhar de pena, dois carros negros seguem Margo e Jocelyn enquanto retornam atras dos carros que vieram. Estou no meio de um círculo formado por carros pretos e agentes, todos vestindo roupas comuns.

- Por aqui Richards - Otto vai até  um suv preto e  abre a porta do banco de trás. Fecho minha jaqueta e entro no carro, ele dá a volta e bate  a porta  do outro com força, o motorista entra e uma película se ergue entre os bancos do motorista e o passageiro e o banco traseiro, Otto digita alguma coisa num tablet em suas mãos e o carro dá a partida.

- O que droga acha que estava fazendo ? 

- O que você me pediu.

- Vestida assim ? Num lugar desses ? Eu nunca pedi isso a você, a mandei em uma loja de conveniências não num local como aquele.

- Me mandou ir atrás de Travis senhor Brown, e eu fui. 

- Vestida assim.

- E qual seria o problema ?  

- Está praticamente nua! Esse é o problema!  E coloque o cinto! - Ele grita, a contra gosto puxo o cinto de segurança, ele puxa a trava das minhas mãos e me afivela. - Você deveria estar em casa sendo vigiada.

- Para todos os efeitos eu estou.

- Não, você não está, você quase foi molestada por um marginal de cabelos verdes numa boate!

- Eu teria me defendido se você não tivesse me atrapalhado.

- Atrapalhar ? Eu salvei você senhorita, seja um pouco mais grata!

- Não, você não salvou, só agrediu um cara que tentou me roubar um beijo.

- E uma transa.  - Diz sem me olhar,  encarando a janela ao seu lado, sei que se ele não tivesse aparecido algo ruim teria acontecido, talvez eu esteja errada. 

- Não achei que você fosse atrás de Travis hoje, achei que estivesse nas fronteiras monitorando uma missão. - Ele respira fundo e fecha os olhos, como se estivesse buscando um pouco de paciência para me responder. 

- Eu deveria estar, mas assim que descobri que Travis tinha mudado de emprego fugi e vim pra cá, peguei alguns homens e quando cheguei vi minha irmã mais nova bebendo numa boate, numa boate cheia de marginais e você quase sendo estuprada, sem duvidas uma recepção e tanto.

- Certamente. - Falo baixinho. 

- Você não faz ideia. - Vejo inspirando profundamente enquanto  passa a mão entre os cabelos e olha para mim, desvio o olhar encaro minhas mãos sobre meu colo. - O que você estava fazendo Aurora ?

- Minha parte do acordo Otto. 

- Não, o que você tentou fazer foi loucura, ele nem mesmo estava lá.


- E como tem tanta certeza senhor Brown ? 

- Tinha agentes em todas as saídas, e ninguém saiu ou entrou.

- Talvez esteja enganado. 

- Trabalho para inteligencia do maior serviço de segurança do país, dificilmente serei enganado. 

- Pode até ser, mas por que não investigou a fundo se Travis estaria lá u não ? 

- Com você e Jocelyn lá ? Sem chances.

- Não vejo porque não.

- Estamos num bairro de gangues senhorita, e eles não gostam muito de nós, tiros iam rolar descontroladamente a qualquer instante, amanhã retornarei, tentarei encontrar Travis e... 

- Se não o encontrou hoje,o que te faz pensar que o encontrará amanhã ?  E porque demorou naquela sala ?

- Ele é barman, barmans tem que trabalhar. E isso não importa, só peguei algo. 

- Tipo o que ? 

- Tipo algo que me ajude a encontrar a casa do Travis.

- Roubou a ficha dele ?

- Não é da sua conta senhorita. 

- Talvez seja.

- Mas não é. - Sinto-o tocar na minha mão - Olhe para mim senhorita. - Ele pede, vejo os dedos da sua mão direita em cima das minhas - Para mim - Com a mão esquerda ele segura meu rosto e o levanta para que eu veja o seu, não consigo ver seus olhos castanhos, com os postes passando lá fora, vejo a silhueta de seu rosto, está franzindo os lábios, nesse contorno com essa pouca luz, Otto é a visão perfeita de um cavaleiro negro de contos de fadas, um lindo cavaleiro negro. Mordo o meu lábio inferior e tento exorcizar esse pensamento, ele é inalcançável, não é meu é da Thalia.

 - Prometa que não voltará a lugares como aquele.

- Não posso.

- Você pode, o pensamento de alguém abusando de você é torturante, tem ideia disso ? 

- Você mandou Jason me treinar, e me deu uma arma, Otto eu sei me defender.

- Você não sabe.

-Estou aprendendo, tenha um pouco mais de fé em mim.

- Eu tento.

- Mas pelo visto não está tendo resultados - Puxo minhas mãos de debaixo da sua e viro o rosto, ele me puxa mais uma vez para ele.

- Não faz nem um mês que está treinando com Jason, tente olhar pela minha perspectiva Aurora. 

- Como ? Se você me subestima o tempo todo ? 

- Eu não subestimo você.

- Agora a pouco duvidou que eu pudesse estar perto de Travis. 

- Não disse isso, perto você esteve, conseguir falar com ele... Nem um de nós conseguiu. - O encaro, se Travis fugiu assim que viu a movimentação na boate e Otto não o encontrou, as chances disso acontecer são bastantes remotas, mas eu tenho uma gravação dele, eu consegui falar com ele, antes me de conta um sorriso se instala em meu rosto.


- De que está rindo senhorita ? 

- Eu consegui - Falo baixinho, se aquele cara não tivesse me interceptado, teria chegado em Jocelyn e em Margo a tempo e talvez isso tudo não estivesse acontecendo. 

- Conseguiu o que ? 

- Travis, eu falei com ele. 

- Ele não estava lá... 

- Ele estava sim! - Puxo a arma e o celular de dentro da saia e digito a senha no celular.

- Se houvesse algum rastro de Travis naquele lugar teríamos achado. 

- Então me explica quem é esse. - Mostro a gravação de Travis para Otto, sob a luz do aparelho vejo sua expressão, está tão incrédulo quanto eu. 

-  Como você... ? 

- Entrei lá e o solicitei ele me levou pro banheiro masculino e.... 
- Por que ele levou você pro banheiro masculino ? - Me interrompe.

- Eu acho que ele queria sexo.

- Ele tocou em você ? 

- Claro que não! Empunhei minha arma antes que ele se aproximasse, disse o que queria, e ele tomou o celular.

- Algo a mais ? 

- Não, quando sai aquele cara me puxou depois você apareceu e tudo se transformou numa confusão.

- Se importaria se eu levasse o aparelho ? - Observo o celular em sua mão, puxo-o e o escondo na saia.

- É de Margo, preciso devolvê-lo.

- Precisamos do vídeo. 

- O envarei para você agente, não se preocupe, só espero que não esqueça da sua promessa.

- Não esquecerei senhorita - Sinto suas mãos sobre as minhas mais uma vez. 

- Por que faz isso agente ? 

- Isso o quê ? 

- Me acaricia, me fala coisas... Coisas que me fazem hesitar e mesmo assim, continua com ela.

- Ela ?

- Não se faça de inocente, ela, Thalia.

- Aah, Thalia.

- É, Thalia.

- Mas ela e eu não somos mais um casal.

- Ora como não se até...

- Quatro semanas atrás nós eramos - Diz me cortando - Hoje não somos mais, o significa que talvez - Sinto seu nariz roçar na minha bochecha, meu coração começa a acelerar, não ouso me mexer, sinto sua respiração em minha bochecha, está escuro, suas mãos nas minhas, o ar que entra e sai pelos seus pulmões fazendo cócegas no meu rosto - Talvez eu possa reorganizar meus pensamentos  e me concentrar na missão das fronteiras - Ele diz, é quase como um banho de água fria, sinto-o se afastar levemente, involuntariamente ergo uma das minhas mãos e seguro sua cabeça, eu quero isso, quero desde o dia do elevador, quero desde que o vi pela primeira vez, quero desde que sai do aniversário de Jocelyn e não consigo esperar mais, ergo-me para frente e toco em seus lábios com os meus, o gosto de hortelã na sua boca misturado ao hálito quente me motivam, aperto seu cabelo entre meus dedos e o puxo mais para perto, sinto sua língua na minha, seu hálito se misturando ao meu, suas mãos segurando a minha, e sua vontade de estar aqui e agora, assim como eu, Otto ergue uma das mãos e a prende em minha nuca, em seguida leva a outra e a prende me meus cabelos, levanto minha mão direita do meu colo e a levo em direção a nuca dele, ele me puxa para si e eu me permito ser levada, porque é com ele que quero estar, o carro faz uma curva, meus dentes batem nos dele e me afasto. 

- Desculpe, desculpe por... Isso, eu...

- Eu beijei você, não se desculpe. - Peço.

- Eu só... hm.. Andou treinando ?

- Não, não tive tempo para.... - Um barulho ao lado rouba minha atenção, ele retira o tablete de algum lugar e faz uma expressão séria. - Ta tudo bem ? 

- Estão mudando o percurso, Jocelyn deveria estar atrás de nós.

- E não está ?

- Está a dois quilômetros a frente. 

- Talvez ela só esteja chateada. 

- A flagrei em uma boate no meio da noite, eu deveria estar. 

- É a primeira festa do pijama dela, ela só queria se divertir,  deveria estar em casa dormindo mas seguiu a mim e a Margo, não a culpe, se ela for pra casa agora vai ter que dar explicações, você vai dar explicações e acredite as chances da comandante liberar a revista nas fronteiras passam de zero virgula um para nulas. 

- Não acho que Breslau seja tão radical.

- Ela vai ser, principalmente quando descobrir que nós dois mentimos para ela, então o que quer, uma chefe irada ou uma irmã satisfeita ? - Ele me encara  - Ela não é de fazer amigas - Continuo -  Margo e eu somos as primeiras então é uma experiencia nova, amanhã você pode falar com ela quando chegar em casa, mas, deixe ela passar o resto da madrugada sendo alguém normal. - Ele não diz nada, talvez esteja refletindo sobre o que eu disse, talvez esteja me achando louca, rezo para que não seja a segunda opção.

 - Darei ordens para que levem Jocelyn para a casa da senhorita Banson se você fizer algo por mim.

- E o que seria ? - Sinto sua mão em meu cabelo, está acariciando minha mecha.

 - Não voltará aquele lugar nem vai usar essas roupas pequenas ou entrar em banheiros masculinos com caras estranhos.

- Acho que é algo que posso concordar. - Ele não responde, apenas pega o tablet e digita algo, sinto meus olhos ficando pesados, permito-me fechá-los um pouco, ainda falta muito para chegarmos em Lori.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Capítulo 38. Hora da Festa.

    
   Jocelyn continua sustentando seu sorriso para nós até que a senhora Banson a convida para sentar-se.

 - Vamos querida, dê-me isso, levarei para o quarto de Margo, Melissa sirva um pouco de sobremesa a senhorita Brown.

- Pudim! Adoro pudim.- Diz Jocelyn se sentando na cadeira de frente para Margo e eu encaro meu prato, o que diabos ela ta fazendo aqui ?

- Então, o que faremos primeiro ? Unhas cabelo ?

- Melissa vai ver quantas pessoas curtiram sua foto

- Já to vendo, agora tenho dois mil seguidores graças a sua amiga - Diz Melissa sorrindo para o celular

- Mel.- Melissa a encara e ergue uma sobrancelha. 

-  Só se tirarmos uma foto todas juntas.

- Fotos! Eu adoro, eu quero com certeza, Aurora ? - Me encara Jocelyn. 

- Podemos fazer isso amanhã. - Diz Margo sem paciência. 

- Qual é! Disse que tava participando da festinha de vocês.

 - Tiramos no meu então ! - Jocelyn saca o celular do roupão e se aproxima de mim  - Venha Mel, Margo não fique longe. 

- Vem - Digo olhando pra Margo que fuzila Jocelyn com os olhos.

- Sorrindo - Manda Jocelyn e tento fazer o meu melhor - Agora, sobe lá em cima e eu te marco.

- Certo, me segue também ?

- É claro - Melissa desaparece nas escadas e encaro Jocelyn.

- O que ta fazendo aqui ?

- Participando de uma festa do pijama, e você Aurora ?

- Acontece que eu não te convidei. - Corta Margo. 

- Oh, triste não é mesmo ?  E veja só onde estou mesmo sem seu convite. - Diz sorrindo. 

- Jocelyn quem te avisou que... - Tento, mas ela me corta. 

-  Que o quê ? Você estaria aqui ? Instagram é uma terra sem limites queridinha.

 - Tava stalkeando minha irmã ? Você só pode estar brincando. - Diz Margo ao meu lado.

- Achei que você fosse minha amiga, mas faz uma droga de festa e nem me convida. - Diz Jocelyn ignorando Margo. 

- Isso não é uma festa Jocelyn. - Solto. 

- Não era o que tava na legenda. - Diz me encarando.  - Por que não me disse nada ? Ficou de segredinhos com essa.. essa ruiva!

- Pera, você entra na minha casa, come o meu pudim senta na minha cadeira chama minha irmã de Mel e me ofende ? Quem você pensa que é ?

- Ora, mais esperta com certeza.

- Sua... Piranha.

- Margo para. - Peço.

- Estou magoada com você Aurora, achei que fossemos amigas.

- E somos.

- Não, você planeja pela minhas costas, eu nunca faria isso com você.

- Jocelyn não era pra você estar aqui. - Anuncio. 

- E por que não ?

- Por que você não é bem vinda - Diz Margo a minha frente, vejo Jocelyn encarar a mesa.

- Vou pegar as minhas coisas - Diz Jocelyn  levantando-se, ela fez tanto por mim, expulsá-la com certeza seria covardia. 

- Não, para, você pode ficar.

- Num lugar onde não sou bem vinda ? Não obrigada - 
Jocleyn passa por mim e vai para as escadas.

- Segundo quarto a esquerda! - Grita Margo

- Isso não foi nada gentil.

- Ela ta atrapalhando.

- Você poderia ser menos egoísta ?

- Mas ela está atrapalhando.

- Não, ela não está.

- Você viu a quantidade de seguranças que ela anda ? Minha casa ta parecendo um presídio.

- Ela só esta tentando fazer amigos Margo, talvez minha tia tenha dito a ela para vir.

- E como você tem tanta certeza ?

- Não tenho. Podemos mante-la aqui como álibe, quando ela dormir saímos.

- Não vamos conseguir passar por esse batalhão de gente Aurora.

- Vamos sim, é só manter descrição. - Margo me encara, talvez ela perceba que ter um álibe a mais pode ser uma ideia inteligente.

- Se o plano falhar, a culpa vai ser sua.

- Assumo os riscos - Digo me levantando, Margo me segue e vamos para as escadas esperar Jocelyn,  que desce as escadas apressada e corre para a porta. 

- Jocelyn! - A chamo mas ela me ignora, Margo e eu corremos atrás dela mas ela já está quase dentro do carro quando saímos - Jocelyn para!

- Vai curtir a sua festinha do pijama! Desculpa se atrapalhei! E quer saber? Fica com essa sua amizade falsa.

- Você quer me escutar por favor ? - Jocelyn me ignora do mesmo jeito e entra no carro

- Vai pro inferno Richards! - Grita fechando a porta, corro até o carro e coloco a mão na janela antes que ela a  feche também.

- Eu quero que você fique.

- Não você não quer.

- E claro que sim.

- Você nem me convidou.

- Enviei uma mensagem.

- Mentira! Lá dentro confessou que não me queria aqui e agora vem dizer que quer ? Fale a verdade! 

- Eu quero você aqui. 

- A culpa não é dela ta bom ? - Diz Margo as minhas cotas - Ela pediu para que eu enviasse uma mensagem mas fiquei com vergonha, você é a filha do governador de Lori, vi você no Teen Cribs, sua casa parece um castelo e eu sou...  você sabe... Bolsista, Aurora vir a minha casa é uma coisa mas você ?Jocelyn Brown ? É outra completamente redundante. Me senti meio, acanhada.

- Você não fez isso. - Diz Jocelyn incrédula dentro do carro. 

- Desculpe - Diz Margo dando de ombros e fazendo cara de culpada, Jocelyn abre a porta do carro e com a graça de uma garça se aproxima de Margo.

- Ficou com medo de eu roubar Aurora de você porque  meu pai tem dinheiro ?

- É - Diz Margo encarando ela.

- Sua tola! - Diz Jocelyna abraçando-a, faço uma pergunta silenciosa a Margo que em encara com um sorriso triunfante, mentirosa...  - Nunca mais pense algo desse tipo! Não me importo com a quantidade de dinheiro que você tem no banco, se você for legal comigo serei com você - Diz Jocelyn se afastando e limpando as lágrimas - Quase me magoei profundamente com você.

- Seria uma tragedia se isso acontecesse  - Diz fazendo Jocylyn rir, abaixo-me e pego o cobertor azul bebê que Jocelyn deixou cair.

- Então, festa do pijama ? - Pergunto. 

- Vamos lá! - Diz voltando a sorrir, Jocelyn agarra meu braço e sem querer olho para a quantidade de seguranças parados em todos os lados do carro, dois em pé do lado de fora de um carro parecido com o que Sulivan usa, quatro em pé na varando e mais três num carro em frente para o de Jocleyn, é, temos um problema grande. 

    Assim como a minha, é a primeira festa do pijama de Jocleyn, Margo riu quando admitimos, ela já havia feito várias com Christie e Lea.  Enquanto Jocelyn e a senhora Banson arrumam um canto para a mala (sim, mala) de Jocelyn Margo e eu combinávamos o que faríamos, Margo disse que só precisávamos enrolar Jocleyn até ela dormir e então pegaríamos o carro de sua mãe, quando a senhora Banson nos "deu boa noite" ajudei Margo a produzir uma festa do pijama falsa, fizemos pipoca e pegamos tudo que tivesse açúcar na cozinha, selecionamos filmes e pintamos as unhas, Jocelyn me fez uma trança embutida lateral que não posso negar, adorei, se tivesse seus dotes a faria todos os dias, quando me vi no espelho me senti a Rapunzel, Margo fez uma parecida em Jocelyn mas ficou um pouco menor que a minha, Margo dispensou as tranças e fez um coque alto, que deixava seus fios soltos, bem descolado para alguém que deveria dormir.  

    Margo e Jocelyn começaram a falar da aula de biologia que elas tinham juntas, mas logo a conversa se desviou para um assunto levemente interessante.

-  Ele se formou na Lauretz Franz também ?

 - Não, num colégio militar para garotos, no fundo ele sempre soube que seria ser da polícia ou do GOECTI.

- E você, por que não foi pra um canto militar também ?

- Mamãe não permitiu, me queria por perto, eles me superprotegem mas você sabe, preciso crescer, não serei a filhinha mais nova para sempre, preciso dar meus primeiros passos.

- E você achando que tinha problemas - Diz  Margo me encarando.

- Você tem problemas ? - Pergunta Jocelyn intrigada. 

- Você sabe, com essa coisa do sequestro e tudo mais. - Minto.

- Aah.

- Seu irmão também anda com esse monte de seguranças ?-  Pergunta Margo. 

- Quem, Otto ? Ele quase quebrou o pescoço do meu ex. - Diz Jocelyn sorrindo. 

- Então ele forte ? - Pergunta Margo sorrindo  descaradamente, ela sabe a resposta, por que a pergunta ? - As meninas devem cair matando em cima dele.

- Quem dera, mas ele  namora com uma garota do GOECTI.

- Jura ? Do departamento dele ? - Pergunta Margo.

- Quem dera, a agente Farzone cuida do departamento de segurança.

- Opa, pera - Digo me levantando, não seria...  - Como é o nome dela ? - Peço para que repita, não pode ser... 

- Thalia, Thalia Farzone.

- Loira ?

- Hãm-hãm.

- Mais alta que eu , olhos escuros linda de matar ?

- Sim.

- De repente interessada Aurora ? 

 - Pera, já viu a Thalia ? - Pergunta Jocelyn. 

 - Esteve na minha casa hoje, a agente que cuida de Ashe foi solicitada e ela apareceu. 

- A namorada do cara que você gosta ta na sua casa, e você não percebeu ?

 - Eu não sabia quem era!

- Como assim o cara que você gosta ? Aurora  você gosta do Otto? - Pergunta Jocelyn sorrindo. 

- Não, quer dizer, eu não sei...  Thalia ta por ai então... Sem chance. 

- E do que isso importa ? Ai meu Deus achei que estava tudo perdido mas... Eu posso te dar o número dele se quiser !.

- Não Jocelyn, eu não quero.

- Queria você como cunhada.

- Seria interessante. - Diz Margo sorrindo. 

- Vocês querem parar ? Otto ta seguindo a vida dele e eu a minha e fim de conversa, agora podem por favor irem dormir ? - Digo voltando a me deitar, ouço os risos abafados de Margo e de Jocelyn e cubro minha cabeça. Quarenta minutos depois me levanto, Jocelyn está dormindo, pego minha mochila e vou até a cama de Margo e a sacudo, ela também está dormindo, a balanço com força e ela abre os olhos, coloco meu celular em meu rosto e indico o corredor, ela acena coma  cabeça e se levanta, sigo para o corredor e Margo vem atrás com a mochila dela.

- Por que a mochila ? - Pergunta. 

 - Preciso dela - Digo - Pra que a mochila ? 

- Precisamos parecer mais velhas - Ela diz - Explico mais tarde.

- O que fazemos agora ?

 - O sótão -  Descemos as escadas e a  sigo até o sótão, em baixo da casa, que tem uma porta para a garagem - Se esconde no banco traseiro, vou passar por eles e dizer que vou comprar salgadinhos para gente - Obedeço e entro no carro, me encolho entre o banco do passageiro e banco traseiro e Margo coloca uma jaqueta preta na minha cabeça - Nem um pio  - Ela diz dando partida, a garagem não tem porta então ela só dá a ré, e como esperado somos parados por um dos seguranças.

- Quem é você  ? 

- A dona da casa.

 - Onde vai ?.

- Faltou batata frita, vou comprar um puco mais pra realeza já que las não podem ir  - Vejo o facho de luz entrar no carro e iluminar o banco traseiro.

- Se quiser entrar vai encontrar as duas sentadas no sofá da sala vendo filme.

- Pro seu bem é bom mesmo - Margo continua saindo e acelera.

 - Você ouviu isso ? "Por meu bem" Que homem odioso.

- Pelo menos deu certo - Digo sem conseguir conter o riso, escorrego para o banco da frente e deixo as mochilas no banco traseiro.

- Giosine's House, aqui vamos. - Diz ela sorrindo, Margo  acelera o carro e quase posso sentir o que seria voar, quinze minutos depois estamos numa estrada completamente vazia, não damos um pio pelas duas horas que se estenderam dali, só paramos uma vez para abastecer e ela continuou a acelerar. Meia hora depois adentramos em um bairro estranho, apenas armazéns de um lado e algumas construções inacabadas  do outro.

- Tem certeza que estamos no lugar certo ? - Pergunto.

- O GPS que disse onde precisamos entrar.

- Espero que ele não esteja enganado.

- Queria dizer "também" mas estou rezando para ele não estar. - Margo continua acelerando e ouvimos um barulho fraco de musica, o que faz que ficarmos um pouco mais felizes. Três minutos depois de passarmos por tantas construções abandonadas e uma rua completamente deserta a música se torna mais alta, viramos a esquerda e estacionamos a dois metros da boate, vemos a quantidade absurda de carros estacionados e pessoas entrando, um segurança enorme olha as identidades e libera o pessoal.

 - Não iremos passar por aquele cara. - Admito. 

- Se você estivesse sozinha com certeza não.

- Como... ? - A encaro. 

- Me preparei pra isso - Margo resgata a mochila atrás de nós e me entrega uma identidade falsa com minha foto

- Europa ? -

- É o nome de uma das quatro luas de Júpiter e inclusive era o antigo nome de Lori, achei que  gostasse de história.

 - Eu gosto mas...  Europa ?

 - Não reclama ta.

- Que nome você adotou ? - Margo me entrega sua carteira e América Dhore me encara. - América ?

- Nome antigo dos continentes.

- Eu sei, mas por quê ?

- Eu gosto de America.

- Claro -Discutir com Margo sobre isso só tomaria tempo, e não temos muito  - Vamos lá então. - A chamo abrindo a porta. 

- Pra onde vai  ?

- Falar com o Travis, não é pra isso que viemos até aqui ?

 - Vestida assim ? - Pergunta me olhando, encaro minhas roupas, um shots azul claro e uma camiseta rosa claro - Não pode entrar numa boate vestindo pijama e usando trança, meu esforço vai ser para nada.

- Não posso entrar nua, e eles não iriam notar...

- É claro que iriam, olha só aquelas pessoas - Encaro as pessoas na fila a minha frente, super produzidas e super maquiadas - Veste isso.

- O que... - Margo joga algo de couro sintético sobre minha cabeça -  Analiso a peça achando que um possível animal morto me foi bombardeado mas me surpreendo com uma mini saia seguida por um corsete preto, Margo me manda vestir a roupa no banco traseiro e eu obedeço, depois de um sacrifício para entrar nelas, ela me ajuda a colocar o corpete e deslizo novamente para o banco da frente -  Quando você se trocou  ? - Pergunto encarando-a, Margo usa um mini vestido preto, com mangas logas e um decote profundo que vai até o umbigo.

- Enquanto você fazia força pra entrar numa saia, não terminamos - Margo tira um mini estojo de maquiagem do porta-luvas e aplica sombra preta nas minhas pálpebras -  Preparei o carro todo, os sapatos estão em baixo do meu banco -  Depois de passar o rímel e o delineador opto pelo batom rosa e ela fica com o vermelho, que combina com seu cabelo, descemos do carro e ela puxa os sapatos de debaixo do banco,pego a jaqueta de couro preta que ela usou para me esconder e a visto, ela me entrega um scarpan preto e calça um vermelho, os cabelos o batom, o scarpan vermelho... Ela está radiante.

 - Uau - Digo encarando-a.

- Woooooow! - Ela diz me olhando - Você está... cara, se o Brown te visse agora a agente Farzone ia pro espaço.

- Para, você que está lindíssima.

- Eu sei - Diz sorrindo -  Só espero que não percebam a mesma maquiagem em nos duas.

- Ai meu Deus ninguém vai prestar atenção nisso - Digo abrindo a porta traseira e pegando minha mochila.

- Não leva isso, vai estragar o disfarce - Abro a bolsa e tiro a arma de dentro da meia, jogo de volta no carro e me viro para acomodar minha arma na roupa  - DESDE QUANDO VOCÊ TEM UMA ARMA ?

- Fala baixo.

- Desde quando você tem uma arma ?

- Otto me deu, não posso entrar ai desarmada.

- Ai meu Deus isso é tão excitante!  - Diz sorrindo, Ignoro os pulinhos de Margo e escondo a arma na cintura, dentro da saia. Mas antes de encobri-la por completo ouvimos um barulho ao lado do carro, sinto minha espinha gelar, saco a arma e a seguro como Jason me ensinou, mando Margo ficar  atrás de mim e voltamos a ouvir as pedras fazendo barulho mais uma vez, ergo minha arma e me preparo para atirar quando a cabeça de Jocelyn aparece, assustando a mim e Margo ao mesmo temponos fazendo gritar. 

- QUE DIABOS VOCÊ TA FAZENDO AQUI ? - Pergunto gritando. 

- O QUE DIABOS VOCÊ TA FAZENDO COM UMA ARMA ? - Pergunta Jocelyn.

 - O QUE DIABOS VOCÊ ESTAVA ESPIONANDO ? - Pergunta Margo.

- Jocelyn como chegou aqui ?  - Pergunto baixando a arma. 

- De carro, por que vocês estão vestidas assim ? -

- É um pouco obvio não ? - Pergunta Margo apontando sugestivamente com a cabeça para  a boate. 

- Vocês dirigiram duas horas pra entrarem numa boate ?Em Lori tem boates!

- Ai meu Deus, vou ter um ataque. - Diz Margo passando a mão sobre os cabelos.

- Jocelyn não pode ficar qui, volta pro seu carro e...

- Não vieram até aqui pra dançar, o  que vocês tão fazendo realmente aqui ?  Por que estão vestidas assim e por que você tem uma arma ?

- É uma longa história. - Digo. 

- Explique, ou ligo pros meus seguranças e faço um escândalo, não vai demorar quinze minutos pra isso aqui ficar infestado de agentes do GOECTI, o que a sua tia iria pensar ?.

- Seu irmão me mandou falar com um cara que trabalha ali dentro, e essa é minha única chance de falar com ele. - Confesso.

- Por que ele mesmo não veio ?

- Minha tia o sobrecarregou,

- Por que você tem que falar com esse cara ?

- É confidencial.

- Vocês estão em missão ?

- É. - Diz Margo ao meu lado. 

- Posso participar ? - Pergunta sorrindo. 

- Isso não é um jogo Jocelyn! - Digo. 

- Eu sei, mas não posso ficar aqui sozinha e se me mandarem pra casa eles vão me flagrar e vocês duas vão estar tão ferradas quanto eu.

- Três motivos - Diz Margo a minha frente - 1. Não pode entrar lá de pijamas 2. não tem uma identidade falsa e 3.Eu não trouxe roupas extras.

- Bem, eu suspeitei que fossemos entrar numa boate hoje a noite e meio que trouxe minha mala junto.

- Ai Deus. - Suspiro. 

- Não se preocupem com a identidade, me deixarão passar. - Margo me encara e pega o estojo de maquiagem, Jocelyn trás o carro do segurança que ela roubou e estaciona perto do carro da mãe de Margo, ela tira a mala prata de dentro do carro e Margo a ajuda escolher a roupa, cinco minutos depois Jocelyn está vestindo um vestido azul escuro de veludo com uma fenda enorme nas costas, Margo utiliza a sombra e o batom vermelho e Jocelyn fica quase irreconhecível, ela desmancha a trança que fiz mais cedo e bagunça o cabelo.

- Agora sim - Diz sorrindo para seu reflexo no carro. A imito e desfaço a trança que ela fizera mais cedo, devido ao vento ele fica um pouco mais volumoso, Margo também desfaz seu coque e a cascata ruiva se desfaz sobre seus ombros. 

   Arrumo a arma em minha cintura e elas travam os carros, partimos para a fila do outro lado e assim que nos aproximamos, Jocelyn começa a flertar com um dos seguranças, esperamos nossa vez chegar, agimos todas em grupo, Margo e eu mostramos as identidades falsas e Jocelyn começa a falar com o outro segurança, não consigo  ouvir o que ela diz apenas suas risadas altas, Margo me puxa para a escuridão e Jocelyn segura minha mão.

- Como você.... ?  Pergunto. 

- Papo. - Ela diz sorrindo.

- Deus, estamos dentro. - Diz Margo chamando nossa atenção, as luzes de lede e a música alta misturados com o calor de dentro do local dão ao ambiente uma pequena previa do que é errado, garotas beijando calorosamente com caras nas partes mais distantes, garotas se beijando no bar e gemidos abafados pela música. Puxo Jocelyn e Margo para perto e vamos pro bar.

- Espera, vamos ficar um pouco pra não levantar suspeitas -Diz Margo me puxando, esperamos uma banqueta do bar esvaziar e me sento, Jocelyn seta numa próxima e Margo fica em pé ao lado dela, o barman demora a me atender, estava ocupado olhando para Margo, então lembro de como Lauren se comportou no aniversário de Jocelyn, bagunço meu cabelo e uso meu melhor sorriso quando um barman se aproxima.

-  O que vai querer ? 

- Travis. - Digo sorrindo e com uma voz mansa, a mesma que Lauren usava para falar com o Otto na festa de Jocelyn. 

- Como é ?

- Quero ser atendida pelo Travis.

- Ele não está. - Diz me encarando, reparo em seus olhos, desviam rapidamente assim que dá a resposta, ele está mentindo. 

- Eu sei que ele está, é melhor chamá-lo é um assunto urgente. - Ele me analisa e depois olha para meu corpete. 

- Só um minuto - O homem vai até uma sala no final do balcão e conversa com alguém, dois segundos depois vejo um loiro alto vindo atrás do barman, sorrio ainda mais quando ele se aproxima e ele sorri de volta.

- Me disseram que uma moça bonita queria falar comigo.

- E ela quer, Travis. - Pronuncio seu nome com charme. 

- Disseram também que é urgente. 

- E é.

- Alguma coisa errada ?

- Primeiro uma coca.

 - Coca.... - Ele vai até a geladeira e me traz o refrigerante em lata, e se serve com vodka  - Algo mais senhorita ? - Pergunta me entregando o refrigerante


- Gostaria de fazer uma pergunta - Anuncio sorrindo.

- Eu sempre uso camisinha. - Diz sorrindo de volta, e olhando para meu decote.

- Não é sobre isso Travis, confio em você.

- E então qual seria sua pergunta ?  - Travis esta sorrido pra mim.

- Podemos ir pra algum lugar mais calmo ?

- O que tem contra lugares barulhentos ? 

- Não da pra beijar direito - Digo passando uma mão sobre o cabelo, e sorrindo.

-  Me encontre no final do balcão e dois minutos - Ele vira o copo de vodka na boca, deixa o copo sobre o balcão e se retira, corro até Margo e peço seu celular, peço para que ela não tire os olhos de Jocelyn e vou para o final do bacão como Travis pediu, ele segura minha mão e me leva para o banheiro masculino.

- Todo mundo saindo! Ta interditado! - Olho para o chão e espero os caras saírem de dentro do local que cheira a vômito. Travis tira a camisa e vem em minha direção, ele coloca seu braço em minha cintura e me puxa para perto, o empurro e me afasto. 

-  Antes quero conversar - Digo me afastando mais. 

- Vocês sempre quererem, mas já sabe a resposta, uso camisinha e sou limpo também - Me aproximo da porta e dou um passo a diante, ficando entre ele e a porta, e saco minha arma.

- Encoste um dedo em mim e eu atiro. - Ele me encara assutado, dois segundos a expressão muda. 

- Você não quer sexo.

- Com certeza não.

- E o que quer então ?

- Uma resposta

 -  Pergunte - Saco o celular de Margo e posiciono a câmera na filmadora ao lado da arma.

- Seu nome é Travis Bonatti, sei que fugiu de uma quadrilha de tráfico...

- Ai meu Deus, isso de novo!? Qual é, a política da boa vizinhança acabou ? Agora vão querer informações a força ?

- É o seguinte paspalho, tem uma garotinha na minha casa, ela apanhou tanto que os dentes dela foram arrancados, entraram na casa dela atiraram em sua avó e o irmão sumiu.

- Não sei do que você ta fala...

- Essa garotinha - O corto - Foi parar num lugar onde vendiam crianças ela seria estuprada e vendida se não tivessem encontrado o maldito covil, ela tem um irmão, e ele pode estar com essa gente, então se existe um pingo de humanidade no seu coração, se não quer fazer isso por você faz por ela, porque ele, esse irmão,  pode ser a única pessoa viva que ela pode ter.

- Não sei onde quer chegar.

- A alguns anos fugiu de uma quadrilha desse tipo, não fugiu ?

- É isso que quer saber ? 

- Vim de longe pra ter certeza, então me  ajuda Travis, preciso encontrá-lo. Ajude aqueles que ficaram para trás - Travis me fulmina com os olhos, ele se aproxima e toma o celular da minha mão.

- Por que não me deixam em paz! Ein ? Não fizeram nada por anos e do nada mandam garotas como essa virem atrás de mim ?  - Percebi tardiamente que ele apontou a câmera pra mim e voltou a filmar a si próprio - Querem saber a verdade? Ta ai a verdade: EU FUGI! OKAY ? Fugi porque não tem ninguém pra salvar a gente, vocês só se importam com droga de garotas e esquecem que tem caras no meio!  Eu vi meninos sendo mortos a sangue frio! Meninos de cinco anos! Vi outros tão mortos de sede que bebiam seu próprio mijo! Querem fazer algo ? Parem de me encher o saco e vão atrás daqueles filhos da puta que obrigam crianças a trabalhar em minas e droga de roça e me deixem em paz!.

- Faz ideia de onde pode estar localizado...

- Trigo, Mande o seu grupinho revistar todas as plantações de trigo que encontrarem, no país e nas fronteiras, lá vocês encontrarão alguma coisa - Travis aperta o stop e me entrega o celular - É melhor eu nunca mais ver essa sua cara bonita por aqui de novo.

- Obrigada ,Travis.

- Espero ter sido bem claro - Travis sai a minha frente, coloco a arma no lugar de antes e o celular ao seu lado e o sego, estamos perto do balcão quando avisto Jocelyn e Margo falando com alguém, tento me aproximar um pouco mais e reconheço o corte de cabelo adentrando o estilo militar, ele está de jaqueta preta de couro, poderia facilmente sair sem ser percebida mas teria que deixar Jocelyn e Margo para trás, pela cara de Jocelyn ele não está sendo muito gentil... Tento me aproximar com cautela quando sinto um leve puxão na minha jaqueta, um cara com uma tatuagem na cabeça e o cabelo tingido de verde limão me encara, ele olha para meu corpete e sorri.

 - Travis Bonatti ? Eu posso ser bem melhor que ele, você faz o tipo de garota que gosta quando pegam pesado. - Diz sorrindo, o baço de cigarro e cerveja me deixam levemente tonta.

- Não to a fim - Digo me recompondo e tentando me afastar.

- Como assim não ta afim delicia ? Olha essas suas pernas e esses seus peitos, eles estão implorando por mim.

- Já disse que não to a fim. - Digo tentando liberar meu braço para pegar minha arma. 

- Eu não costumo ligar pra quando estão a fim ou não. - O homem me joga contra  a parede e tenta beijar meu pescoço quando uma mão aperta seu ombro.

- É melhor soltar - Diz Otto segurando-o pela camiseta, percebo Jocelyn e Margo logo atrás dele, o homem de cabelos verdes  tira as mãos da minha jaqueta e se afasta ficando de frente para Otto.

- Ou o quê ? Vai me bater playboy ? Bate, ta vendo as pessoas ao seu redor ? - Olhamos para as pessoas a nossa volta, são muitas - São todos meus subordinados, sua mão pode ate encostar na minha cara mas você não sai vivo daqui.

- Prendam todos - Grita Otto, como um raio a música para e todos na boate são rendidos, homens com armas que apontam para cada pessoa em pé no local. - Ta vendo os caras rendendo os seus caras ? São todos meus subordinados - Diz Otto o encarando. 

Leia o Primeiro Capítulo.

Capítulo 1. Uma Face Conhecida.

        Há alguns anos o país de Lori conheceu a história de uma amizade verdadeira. Graças a coragem de uma garota de dezesseis anos, outr...